Na semana passada
ligaram-me dois jornalistas estrangeiros. O primeiro para perceber o
porquê de tanto pessimismo em Portugal. "Como assim?", perguntei.
Na semana passada ligaram-me dois
jornalistas estrangeiros. O primeiro para perceber o porquê de tanto
pessimismo em Portugal. "Como assim?", perguntei. "O Financial Times
elogia as exportações portuguesas, a Moody's diz que há razões para
optimismo e vocês não ligaram nenhuma". Na segunda chamada, Fiona Govan,
do "Daily Telegraph", reportando-se à crónica publicada aqui a 28 de
Maio ("Portugal atingiu o ponto de viragem?") queria saber o que está
por trás do bom comportamento das exportações e da paz social em
Portugal.É curioso. Olha-se para a Imprensa estrangeira e percebe-se um olhar diferente sobre Portugal; um misto de surpresa e admiração. Surpresa porque as notícias dominantes em entre nós evidenciam um profundo pessimismo (e nem os elogios da insuspeita Moody's, que ainda há pouco tempo nos atirou para o "lixo", mexe connosco). Surpresa por causa da paz social, que nos torna diferentes da Grécia e mesmo de Espanha (onde o Governo parece querer provocar uma corrida aos depósitos…).
É difícil encontrar explicação para tanto pessimismo. É um problema genético (oscilamos entre o "oito e o oitenta")? Ou a análise económica dominante cede a questões ideológicas? Não sei. O que sei é que, apesar da tragédia do desemprego, os indicadores começam a mostrar que, se não houver débacles em Espanha e Grécia, a economia vai recuperar mais cedo do que se pensava. Cortesia da espectacular capacidade de ajustamento de famílias e empresas, sem par na zona Euro.
Isto não tem sido suficientemente analisado (e valorizado) por nós, jornalistas. E a continuar assim se os portugueses quiserem fugir à depressão só consultando a Imprensa estrangeira.
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