De acordo com os dados divulgados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), estrearam 270 filmes em Portugal no último ano, sendo que os oito que mais espectadores tiveram (todos acima de 300 mil) são predominantemente juvenis ou animados:
Aliás como tem sido visível nos últimos anos, a animação, a aventura e o humor são referências fundamentais nos hábitos cinéfilos dos portugueses.
Cinema português
Como tem sido habitual nos últimos anos, os filmes portugueses surpreenderam nos dois lados do espectro de público.
Por um lado, temos um grande êxito que consegue disputar os primeiros lugares do pódio apesar de ter sido devastado pela crítica: em anos anteriores sucedeu com «O Crime do Padre Amaro» e «Filme da Treta», em 2007 deu-se com «Corrupção», o filme que João Botelho recusou assinar por conflitos com o produtor quanto à montagem final. Garantindo o 13º lugar com 228 mil espectadores, é um «score» assinalável, embora muito longe daquele que o produtor considerou publicamente necessário para rentabilizar uma produção feita sem o apoio do Estado. Mesmo assim, é o terceiro filme nacional mais visto dos últimos 30 anos, imediatamente a seguir aos dois acima citados.
Segue-se, no 69º lugar, «Call Girl», de António-Pedro Vasconcelos, com mais de 56 mil espectadores, mas com dados que reflectem apenas os primeiros cinco dias do filme em cartaz (estreou a 27 de Dezembro de 2007), tendo averbado até à data mais de 200 mil bilhetes vendidos.
Por outro lado, todos os restantes filmes nacionais tiveram performances bem mais modestas que os primeiros cinco dias da fita com Soraia Chaves: «O Mistério da Estrada de Sintra», de Jorge Paixão da Costa (98º lugar, 29 mil espectadores), «Dot.com», de Luis Galvão Teles (112º lugar, 27 mil espectadores), «A Outra Margem», de Luis Filipe Rocha (149º lugar, 12 mil espectadores), «Julgamento», de Leonel Vieira (157º lugar, 10 mil espectadores), «Atrás das Nuvens», de Jorge Queiroga (169º lugar, 9.529 espectadores), o documentário «Torre Bela», de Thomas Harlan, efectuado a seguir ao 25 de Abril (201º lugar, 4.535 espectadores), «O Capacete Dourado», de Jorge Cramez (202º lugar, 5.149 espectadores – as tabelas do ICA são escalonadas por valores de receitas e não por espectadores daí que, no final das mesmas, os valores nem sempre sejam equivalentes), «Belle Toujours», de Manoel de Oliveira (207º lugar, 4.096 espectadores), «Suicídio Encomendado», de Artur Serra Araújo (225º lugar, 2.829 espectadores), «Floripes», de Miguel Gonçalves Mendes (227º lugar, 2.230 espectadores), «Body Rice» (230º lugar, 2.946 espectadores), e, talvez a posição mais surpreendente de todas, o documentário sobre o fenómeno que foram os Heróis do Mar, «Brava Dança», no 252º lugar, com apenas 1.158 espectadores. Isto sem contar com «A Vida Interior de Martin Frost», de Paul Auster, de produção nacional, cujos 8.160 espectadores lhe valeram o 176º lugar do ranking, e «Fados», de Carlos Saura, em co-produção com Espanha, na 93ª posição com 31.853 espectadores.
Por um lado, temos um grande êxito que consegue disputar os primeiros lugares do pódio apesar de ter sido devastado pela crítica: em anos anteriores sucedeu com «O Crime do Padre Amaro» e «Filme da Treta», em 2007 deu-se com «Corrupção», o filme que João Botelho recusou assinar por conflitos com o produtor quanto à montagem final. Garantindo o 13º lugar com 228 mil espectadores, é um «score» assinalável, embora muito longe daquele que o produtor considerou publicamente necessário para rentabilizar uma produção feita sem o apoio do Estado. Mesmo assim, é o terceiro filme nacional mais visto dos últimos 30 anos, imediatamente a seguir aos dois acima citados.
Segue-se, no 69º lugar, «Call Girl», de António-Pedro Vasconcelos, com mais de 56 mil espectadores, mas com dados que reflectem apenas os primeiros cinco dias do filme em cartaz (estreou a 27 de Dezembro de 2007), tendo averbado até à data mais de 200 mil bilhetes vendidos.
Por outro lado, todos os restantes filmes nacionais tiveram performances bem mais modestas que os primeiros cinco dias da fita com Soraia Chaves: «O Mistério da Estrada de Sintra», de Jorge Paixão da Costa (98º lugar, 29 mil espectadores), «Dot.com», de Luis Galvão Teles (112º lugar, 27 mil espectadores), «A Outra Margem», de Luis Filipe Rocha (149º lugar, 12 mil espectadores), «Julgamento», de Leonel Vieira (157º lugar, 10 mil espectadores), «Atrás das Nuvens», de Jorge Queiroga (169º lugar, 9.529 espectadores), o documentário «Torre Bela», de Thomas Harlan, efectuado a seguir ao 25 de Abril (201º lugar, 4.535 espectadores), «O Capacete Dourado», de Jorge Cramez (202º lugar, 5.149 espectadores – as tabelas do ICA são escalonadas por valores de receitas e não por espectadores daí que, no final das mesmas, os valores nem sempre sejam equivalentes), «Belle Toujours», de Manoel de Oliveira (207º lugar, 4.096 espectadores), «Suicídio Encomendado», de Artur Serra Araújo (225º lugar, 2.829 espectadores), «Floripes», de Miguel Gonçalves Mendes (227º lugar, 2.230 espectadores), «Body Rice» (230º lugar, 2.946 espectadores), e, talvez a posição mais surpreendente de todas, o documentário sobre o fenómeno que foram os Heróis do Mar, «Brava Dança», no 252º lugar, com apenas 1.158 espectadores. Isto sem contar com «A Vida Interior de Martin Frost», de Paul Auster, de produção nacional, cujos 8.160 espectadores lhe valeram o 176º lugar do ranking, e «Fados», de Carlos Saura, em co-produção com Espanha, na 93ª posição com 31.853 espectadores.
Comparações com 2006
Nada de muito diferente em 2007 quanto ao panorama a que se assistiu em 2006: estrearam menos 14 filmes (270 em 2007 e 284 o ano anterior) e a descida do número de espectadores nas salas foi residual, -0,3%, de 16.367.429 em 2006 para 16.318.335 em 2007. É esta a actual realidade do mercado português, que em 2006 e 2007 não viu estrear nenhum daqueles fenómenos que levam ao cinema muita gente que habitualmente não vai às salas, como «Titanic» ou «A Paixão de Cristo».
Distribuição e exibição
Em Portugal há 278 recintos mas só duas empresas possuem mais de quatro: a Lusomundo, com 30, e a Socorama, com 20. Mesmo assim, é impressionante verificar que os 30 recintos da Lusomundo atraíram quase metade dos espectadores totais, 49%, enquanto os cinemas UCI, com apenas três recintos, congregam 14,36% do mercado, portanto um número de espectadores por recinto superior ao da Lusomundo e que eclipsa o da Socorama com 20 recintos e 18.75% dos espectadores. Simplificando, em termos de espectadores, os três recintos da UCI receberam cerca de 62 mil, enquanto os 20 da Socorama acolheram pouco mais que o dobro, 125 mil, e os 30 da Lusomundo, cerca de 283 mil.
Um comentário:
Como a vida não é só política, e eu procuro manter-me informado de outras coisas de Timor, fiquei muito contente por descobrir que já há cinema timorense. Pelo menos um filme.
O JP Esperança pôs o filme no blog dele. Podem ir lá ver.
http://jpesperanca.blogspot.com/2008/03/sirana-o-incio-do-cinema-timorense.html
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